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quarta-feira, fevereiro 29, 2012

Gioacchino Antonio Rossini

Depois de estudos musicais bastante precários em Bolonha - onde escreveu alguns quartetos de cordas no estilo de Haydn - Gioacchino Antonio Rossini dedicou-se inteiramente ao teatro. Escreveu, rapidamente, grande número de óperas. Seu primeiro sucesso foi "Tancredi", de 1813
.

Nomeado diretor do Teatro San Carlo, em Nápoles, escreveu "O barbeiro de Sevilha", cuja estréia em Roma, a 26 de dezembro de 1816, foi vaiada; mas a partir da segunda apresentação, no dia seguinte, tornou-se o maior sucesso de toda a história do teatro musical, na Itália e no estrangeiro.

Em 1823, Rossini aceitou um vantajoso contrato permanente com a Ópera de Paris, onde passou a residir e foi entusiasticamente festejado. Mas depois da revolução de julho de 1830 e dos primeiros sucessos de Meyerbeer, Rossini abandonou o teatro.

Depois desse período, Rossini escreveu apenas um "Stabat mater", em 1832, e uma missa. Passou o resto da vida dedicado aos prazeres da mesa, famoso por suas frases espirituosas e maliciosas.

"Napoleão da música"

Além de "O barbeiro de Sevilha", Rossini compôs "A italiana em Argel", "Cinderela" e "A pega ladra". A música dessas obras é muito divertida, sem seriedade nenhuma, mas excelentemente adaptada ao texto e, sobretudo, à ação dos cantores no palco. Sem dúvida, a principal contribuição de Rossini para a música de ópera é a exploração do elemento histriônico.

A grande ambição de Rossini, contudo, foi a ópera séria, trágica, para a qual ele, infelizmente, não tinha o mesmo talento. É digno de nota o fato de que as aberturas de suas óperas sérias poderiam muito bem figurar como introduções a óperas cômicas. E hoje sobrevivem, realmente, só as aberturas.

A grande obra séria de Rossini é sua última ópera: "Guilherme Tell", de 1829. A abertura é, realmente, um bom trecho de música. E muitos estudiosos, principalmente italianos, descobrem nessa obra os primeiros sinais do Risorgimento (movimento de unificação da Itália).

No geral, a música de Rossini acompanha a época da Restauração, entre 1815 e 1830, e foi o divertimento predileto de uma sociedade frívola e deliberadamente apolítica. É por isso que Rossini conquistou triunfalmente a Europa, um "Napoleão da música", como disse Stendhal, que cometeu o erro de colocar Rossini na mesma altura de Mozart.

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